ARTIXX – arte entre pessoas: novembro 2011

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O ARTIXX E O ESPELHO

"Ao separar o nome do coletivo (ART IXX), deixando o centro livre, vazio, espera-se que o indivíduo perceba a si mesmo. Ao ver sua imagem distorcida, o observador atento perde sua identidade sendo levado a uma nova percepção de mundo e do seu entorno. Neste instante, o olhar promove a inversão de sua imagem, como o IXX que é o espelhamento de século vinte e um. Ao misturar as imagens, o ARTIXX potencializa sua ideia essencial de fazer arte entre pessoas".

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QUEM SOMOS

SERGIO MOURA: nascido em Manaus/AM; estudou na Pinacoteca do Amazonas com Álvaro Páscoa, Moacir de Andrade e Manoel Borges; no Museu de Arte Moderna – MAM com Frederico de Morais; com Abelardo Zaluar, Rubens Gerchman; graduado pela EMBAP; especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea pela EMBAP; reside em Curitiba/PR.

ROGÉRIO GUIRAUD: nascido em Curitiba/PR; formou-se em Arquitetura na Universidade Federal do Paraná; especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea pela EMBAP; reside em Curitiba/PR.;

CARLA TEODOROVIZ: nascida em Campo Mourão/PR; formou-se na Escola de Música e Belas Artes do Paraná; estudou fotografia com Roberto Pitella; especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea pela EMBAP; reside em Curitiba/PR;

Sobre o ARTIXX

Tudo começou em 2008 quando nos conhecemos na Pós Graduação em "História da Arte Moderna e Contemporânea" da Escola de Música e Belas Artes do Paraná.

Pelo fato de ser um curso teórico, e por não dispormos de tempo para aprofundarmos o grandioso universo da Arte em considerar as inúmeras questões que o abrange e a envolve, sentimos a necessidade de ampliar reflexões, de trocar idéias. Decidimos prolongar nossos encontros e a partir desse ponto de convergência, percebemos a necessidade de nos tornarmos coletivo e de criarmos ações de caráter informal voltadas à prática sócio educativa da arte no século XXI.

Carta de princípios - Manifesto

De natureza estética e relacional, o A R T I X X é uma comunidade de arte social que interage por meio da criação coletiva, da ação informal entre artistas e não-artistas. A poética artística é nossa identidade primordial, e nossa presença articula nossa intenção. A inquietação criativa é ponto de partida; a experimentação investigativa nosso leitmotiv. Em sua linha de atuação, o A R T I X X visa também provocar a confrontação dialética, promover a reflexão crítica e, sobretudo, alcançar a vida em sua plenitude. O século XXI é a principal referência contextual como contraponto crítico à realidade local e global.

Atento ao desenvolvimento pessoal, o A R T I X X pretende cultivar as relações intersubjetivas, restaurando o convívio saudável dos encontros, acreditando que é possível forjar um movimento que contribua, junto ao aprimoramento da sociedade, com a construção de uma vida melhor.

Multimídia por sua interdisciplinaridade, o A R T I X X declara total liberdade de expressão no uso de linguagens, meios e recursos. Voltado aos processos produtivos da arte contemporânea, incluindo a música, o teatro, a poesia, o vídeo, o cinema, a literatura, a moda e a arquitetura, proclama que todas as possibilidades são válidas para se encontrarem novos caminhos, para expressar a experiência vivida e para dar vazão ao processo criador.

Modo de fazer

A partir do acordo que fizemos de nos reunirmos regularmente para debater questões de natureza subjetiva, relacional e social nas quais buscamos encontrar as soluções criativas para os inúmeros desafios, formamos um coletivo integrado.

Com base na confiança gerada, falamos abertamente o que sentimos e pensamos.

Cada um expõe sua idéia no tempo de ordem consensual e todos podem expressar suas divergências ou desdobrar seu pensamento expandindo e complementando a idéia do outro.

Ao formarmos a rede de intersubjetividade, estimulamos a coragem de criar em busca da sabedoria. Nossa metodologia brota da conversa franca, solidária e afetuosa.

O propósito é cultivar a sensibilidade criadora rumo ao estado de Criação! A Arte é um meio e não um fim e pode alcançar o infinito!

Seguimos os rumos sabendo que a caminhada é longa, que se diferencia da lógica de mercado e, especialmente sabendo que em pleno terceiro milênio um artista não pode ser apenas fabricante de objetos mercadejáveis.

Pelo pensamento criativo queremos provocar as novas sensações e os deslocamentos que revelem e promovam estados múltiplos de liberdade interior que propiciam, através da criação a possibilidade de uma mirada contemplativa a quem possibilitarmos múltiplos diálogos.

Prosseguimos baseados na esperança como nosso maior legado, pois acreditamos que é possível alcançar a vida plena.

La mirada

“El arte está en camino de llegar a lo suyo: la vida”: de este modo expresó Cage su propósito de fundir el arte con la vida. Un propósito que donde encuentra su mejor formulación perceptiva y conceptual -e incluso pedagógica- es en la famosa pieza titulada 4’33”. La propuesta consiste sencillamente en permanecer en silencio durante 4 minutos y 33 segundos y tomar conciencia de la inexistencia real del silencio: siempre escuchamos algo. Para Cage, todo puede ser música y todo puede ser arte: solo hay que ver y escuchar.
La radicalidad que se desprende de los planteamientos de John Cage tiene que ver sobre todo con su deseo de trascender las convenciones artísticas históricamente adquiridas a través de la sedimentación de las relaciones jerárquicas de poder. Por eso, uno de sus retos fue el tratar de superar la creación centrada en la concepción de objetos para potenciar la creación entendida como procesos vivenciales colectivos en los que la propia figura del artista ni siquiera es relevante. “El arte no es algo que haga una sola persona, sino un proceso puesto en movimiento por muchos”. Son de nuevo palabras elocuentes de Cage que se complementan perfectamente con estas otras: “Estamos intentando lograr de la música una imagen de la libertad para el hombre”

O Local e o Global na lente do ARTIXX

Justificativa:
Para relacionar segmentos sociais, eventos culturais, dispositivos profissionais (ACABAMENTO – EMPRESAS FORNECEDORAS – INTERVENÇÕES URBANAS (PICHAÇÔES DE RUA) – REALIDADE VIVENCIAL REGIONAL – DISTÂNCIAS NA CIDADE – VISÕES DA ARTE – POSSIBILIDADES DE MUDANÇAS – AÇÔES EDUCATIVAS – VALORIZAÇÂO HUMANA) buscando ampliar por meio do gesto poético, a percepção de mundo de todos os envolvidos numa mesma atividade que levará à prática, pelo ARTIXX, a possibilidade do fazer arte entre pessoas.

Contexto:
O Sítio Cercado é um dos bairros de maior densidade demográfica da Cidade de Curitiba apresentando, devido às características sociais e culturais, muitas semelhanças às grandes cidades brasileiras evidentemente com suas características singulares que envolvem desde problemas de infra-estrutura até as questões mais anacrônicas das mesmas situações no país como um todo.

Uma empresa localizada nesse mesmo bairro que produz acabamentos em papel e outros materiais utilizando embalagens de diversos formatos, com uma equipe formada de empresárias e trabalhadores do bairro que se qualificam, pelo trabalho, para a percepção da qualidade em acabamento, acaba por gerar uma quantidade enorme de materiais (papel, papelão, acetato, etc), que poderão ser utilizadas no desenvolvimento de atividades de arte, de educação, de artesanato, de capacitação profissional, ocupação etc.

O Coletivo ARTIXX – comunidade de artistas de Curitiba, que tem como objetivo, através do pensamento criativo, provocar novas sensações e deslocamentos que revelem e promovam estados múltiplos de liberdade interior – se propõe como princípio trazer a atividade artística junto ao sentido de humanização por acreditar que a Arte Contemporânea tem como fundamento recuperar a prática do contemplar, do compreender e do exercício de fazer arte a partir da sua razão única e, portanto fundamental: a Pessoa.

Reflexão (ões)

“Arte para mim é vida. Hoje em dia é uma experiência religiosa. É o processo de recriação... Talvez seja até pretensioso dizer isso, mas me sinto participar dessa força criadora do Universo... Sem a arte eu não teria crescido como pessoa como eu cresci. A arte me ajudou a desvendar o mundo: o mundo de dentro e o mundo de fora. E a coisa mais importante dessa história toda é o compartilhamento com o outro. Eu não faço arte para mim, faço arte para a celebração com o outro.” Regina Vater

O "artista" fazedor apaga-se para enaltecer o artista decifrador, que ocupa agora o lugar na divina criação daquilo que foi apenas a modesta aparência ou sombra da realidade que é a vida quotidiana. Trata-se da inversão do mito da caverna de Platão. Antigamente o artista era o personagem que, através do "ícone sublime", fazia aparecer a divindade no público considerado como incapaz de participar da beleza dos deuses, própria aos divinos artistas. Agora, trata-se de uma demissão do papel divino do fazedor de arte, para que caiba aos outros o papel de criadores autônomos. Mas não se pretende apenas essa reviravolta do sujeito objeto. Trata-se agora da possibilidade de toda a gente poder participar neste duplo jogo de produzir e usufruir da arte, transpondo este passo que separa o artista do não artista. Joseph Beuys

Considerando que a Arte:

“É uma forma universal de expressão e comunicação, que preserva e promove a diversidade e a identidade cultural e espiritual das sociedades, reforçando o sentido de pertencimento à humanidade; é inseparável do ato de viver, e se justifica pelo seu próprio existir, não estando a serviço de qualquer ideologia, nem sendo ferramenta ou instrumento do que quer que seja; contribui para formar comunidades de emoção que nos une pelo afeto; é produto da imaginação criadora e problematizadora do real; tem papel fundamental na religação da sociedade, na reorganização do tecido social desfeito pela mercantilização das relações, pelo individualismo e pela violência; é uma linguagem privilegiada para comunicação entre os jovens; possibilita a vivência criativa, o sonho e a utopia, abrindo uma trilha para o reencantamento do mundo”.
REDE MUNDIAL DE ARTISTAS EM ALIANÇA Julho 2006

Arte social – criação coletiva

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O ARTIXX E O ESPELHO